primero en lengua brasileira
As ruas não
estão propondo um Fora Dilma. Calma minha gente, muita calma nessa hora. Essa
não é a proposta que percebo nas manifestações que venho participando em Porto
Alegre e seguindo pelo Facebook em todo o país. A sensação é de um grande
BASTA. De muito cansaço, de ter de suportar ou se submeter a tudo. Eu não vi um só cartaz nas ruas de Fora
Dilma, nem propondo acabar com a bolsa família, nem contra a política de cotas
nas Universidades Públicas. Isso já nos dá uma base para pensar. O que as ruas
estão exigindo é um transporte público de qualidade de acordo com as
possibilidades e necessidades da população. É contraditório imaginar que uma
família que vive da bolsa possa viajar num ônibus de R$ 3,00.
Também se
está reclamando por saúde: mais leitos nos hospitais, melhor atendimento; assim
como por educação. Que bom que as pessoas se cansem de achar normal que só 10%
dxs candidatxs às Universidades Públicas
tenham lugar no Templo do Saber. Finalmente se luta pelo fim de uma “elite
culta”. Estão trazendo médicxs de Cuba porque aqui não há, ou porque os
salários não respondem às expectativas da elite da elite? (Cá, entre nós, vamos
combinar que no Brasil, quem chega a doutor, tem de ter muitos meios econômicos
para poder estar lá). Aumentar o número
de vagas nas Universidades, não se cogita? Duplicar, triplicar o ingresso seria
a coisa mais lógica de se pensar, assim como melhorar o ensino básico e médio e
aumentar os salários das professoras.
Por isso há tanto descontento com a Copa do Mundo, sim, aqui, no Brasil,
país do futebol! Olha a emoção! Olha a mudança! O povo cansou de ver passar
tanto dinheiro tão mal distribuído. Acabou a época do “pão e circo”; hoje Roma
ficou na história. Olha como também se fala bem do Brasil, pois as críticas não
são por pão. Há um reconhecimento implícito de que há trabalho e bolsa família,
mas se reclama sim por qualidade de vida, pelo fim da hipocrisia, a gente não quer só comida.
A questão é
que para que a presidenta Dilma, hoje, esteja no trono, foram feitas muitas
alianças. É por isso que o Brasil tem como presidente da Comissão Nacional dos
Direitos inHumanos, o Marcos inFeliciano, um evangélico furiosamente fanático.
Num país laico?! Nesse contexto se vota pela chamada cura gay e a Comissão de Finanças aprova o Estatuto do Nascituro
que põe fim a lutas estruturais do Movimento Feminista como é o caso de aborto
legal, seguro e gratuito em casos de estupro. A partir de que ele seja
implantado, não só estará proibido o aborto, mas passará a ser considerado
crime. Contudo, à mulher lhe será “oferecida” uma ajuda econômica, mais
conhecida como bolsa estupro até que o
filho, ou filha, complete 18 anos. E O BRASIL, TEM DINHEIRO PARA INVESTIR EM
ESTUPROS? NA MANUTENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES, E NÂO EM EDUCAÇÃO E
SAUDE? E os investimentos e financiamentos no agronegócio e nas mineradoras que
o governo vem estimulando desde o primeiro governo Lula? Revolução agrária,
destruição ambiental e perseguição aos povos originários não foram sequer
mencionados no pronunciamento da presidenta. Nem por isso as massas querem sua
saída, queremos sim que mais envolvidos nesses processos saiam às ruas e que acabem
os acordos de gabinete.
Por isso
vamos às ruas. Porque estamos fartxs de tantas injustiças, de que decidam por
nós; de ver tantas incongruências! Vamos às ruas porque precisamos nos
encontrar e conversar, entender e gritar, defender nossos sonhos. Vamos às ruas
para lutar pelo que acreditamos! Infelizmente está havendo muitos infiltrados.
A gente não vai às manifestações de martelo e machado, cuidado! Esses não somos
nós. Por que não se fala seriamente de quem são eles? Dias atrás passou no
jornal um policial quebrando o vidro do próprio carro da polícia. Vamos deter o
filme por um momento e ficarmos com essa imagem. Por que razão não se falou
horas sobre esse fato e sim há tanta insistência em continuar mostrando o que
essas pessoas infiltradas continuam destruindo? Estamos vivendo um belo momento
anárkico. Que emoção! Não temos representantes. A maior prova disso foi na
última manifestação em Porto Alegre, quando a marcha se separou em três partes,
não houve consenso do trajeto. Isso demonstra como a situação é plural, não há
alianças, nem negociações; há diversidade! Mas, no final, as três partes nos
reencontramos na avenida João Pessoa. Pode haver discordâncias conjunturais,
mas o foco do descontento é o mesmo e estamos juntxs na luta.
Tudo começou
pelo preço da passagem. Agora o que ficou foi a PASSAGEM como metáfora entre
duas realidades. Vamos unir os sonhos com a realidade. O Brasil somos nós.
Estamos fazendo caminho, hoje somos o sujeito da história. Na quinta-feira 20
de junho houve um milhão de pessoas nas ruas do Brasil!!! Ir às manifestações e vivenciar no corpo a
sensação de que podemos, isso, já está mudando as pessoas. E isso gera muito
medo em outras. Ontem já não é hoje. Então, não queremos Fora Dilma, não
queremos um golpe, calma minha gente que assiste as manifestações por TV, o que
queremos é demonstrar que estamos vivxs e em desacordo com as alianças.
Queremos mudar esta realidade, e temos FORÇA para isso.
domingo 23 de junho
El
pasaje, un puente a lo que vendrá.
La gente en las calles no está
proponiendo un “Fuera Dilma”, un “que se vayan todxs”. Calma gente, mucha calma
en esta hora. Esta no es la propuesta que percibo en las manifestaciones que vengo
participando en Porto Alegre y siguiendo por Facebook en todo el país. La sensación es de un gran BASTA. De mucho
cansancio, de tener que soportar y someterse a todo. Yo no vi un sólo cartel en las calles de
Fuera Dilma, ni proponiendo acabar con la bolsa familia, ni contra la política
de cuotas en las Universidades Públicas. Esto ya nos da una base para pensar. Lo
que se reclama en las calles es
transporte público y de calidad, de acuerdo con las posibilidades y necesidades
del pueblo. Es contradictorio imaginar que una familia que vive de la bolsa pueda
viajar en un colectivo de R$ 3,00 (U$S 1,4).
También se está reclamando por salud:
más camas en los hospitales, mejor atendimiento; así como por educación. Qué bueno
que las personas se cansen de ver como normal que sólo el 10% de lxs candidatxs
a las Universidades Públicas tengan su lugar en el Templo del Saber. Finalmente
se lucha por el fin de una “elite culta”. ¿Están trayendo médicxs de Cuba
porque aquí no hay, o porque los sueldos no corresponden a las expectativas de
la elite de la elite?[i]
Aumentar el número de vacantes en las
Universidades, ¿no se tiene en cuenta? Duplicar, triplicar el ingreso sería la
cosa más lógica de pensar, así como mejorar los colegios primario y secundario,
aumentar los salarios de las profesoras.
Por eso hay tanto descontento con la Copa del Mundo, sí, aquí, en Brasil,
¡país de futbol! ¡Mirá qué emoción!, !Fijate qué cambio! El pueblo se cansó de
ver pasar tanto dinero tan mal distribuido. Acabó la época del “pan y circo”;
hoy Roma se quedó en la historia. Fijate cómo también se habla bien de Brasil,
pues los pedidos no son por pan. Hay un reconocimiento implícito de que hay
trabajo y la bolsa familia, pero se reclama por calidad de vida, por el fin de
la hipocresía, a gente não quer só comida.
El gran nudo es que para que la
presidenta Dilma, hoy, esté en el trono, fueron realizadas muchas alianzas. Es
por eso que Brasil tiene como presidente de la Comisión Nacional de Derechos
inHumanos, a Marcos inFeliciano, un evangélico furiosamente fanático. ¿En un
país laico?! En este contexto se vota por la llamada cura gay y la Comisión de
Finanzas aprueba el Estatuto do Nascituro
que pone fin a luchas estructurales del Movimiento Feminista como es el caso del
aborto legal, seguro y gratuito en casos de violación. A partir del momento en que
sea implementado, no sólo estará prohibido el aborto, también pasará a ser
considerado crimen. Eso sí, a las mujeres violadas les darán su premio
consuelo, si son pobres y el “padre”, sí, el violador leíste bien, no quiere asumir al/a “hijo/a”, les será “ofrecida”
una ayuda económica, más conocida como bolsa
estupro, beca violación, hasta que el hijo, o la hija complete los 18 años. ¿Y BRASIL TIENE DINERO
PARA INVERTIR EN VIOLACIONES? EN LA MANUTENCIÓN DE LA VIOLENCIA CONTRA LAS
MUJERES Y NO EN EDUCACIÓN NI EN SALUD? Las inversiones en financiamientos del
agronegocio y las minerías que el gobierno viene estimulando desde el primer
mandato de Lula, ¿para eso también hay? Revolución agraria, destrucción
ambiental y persecución a los pueblos
originarios no fueron siquiera mencionadas en el discurso de la presidenta del
viernes a la noche. Pero insisto, no pedimos su salida, queremos que más gente
sea consciente y se envuelva en este proceso y que también salga a las calles y
acaben los acuerdos de gabinete.
Por eso tomamos las calles. Porque
estamos hartxs de tantas injusticias, de que decidan por nosotrxs; ¡de ver tantas
incongruencias! Vamos a las calles porque precisamos encontrarnos y conversar,
entender y gritar, defender nuestros sueños. ¡Vamos a las calles para luchar por
lo que creemos! Lamentablemente está habiendo muchos infiltrados. Nosotrxs no
vamos a las manifestaciones con martillos y hachas, ¡cuidado! Esos no somos nosotrxs.
¿Por qué no se habla seriamente de quiénes son ellos? ¡Días atrás fue mostrado
en el noticiero un policía quebrando el vidrio de un patrullero! Paremos la
película un momento y detengámonos en
esta imagen. ¿Por qué razón no se habló horas sobre este acto y, en cambio, se
insiste en continuar mostrando lo que esas personas infiltradas continúan
destruyendo? Estamos viviendo un bello momento anárkico. ¡Qué emoción! No tenemos
representantes. La mayor prueba de esto fue en la última manifestación en Porto
Alegre, cuando la marcha se separó en tres partes, no hubo consenso del
trayecto. Esto demuestra cómo la situación es plural, no hay alianzas, ni
negociaciones; hay diversidad. Pero al final las tres partes nos reencontramos en
la avenida João Pessoa. Puede haber desacuerdos coyunturales, pero el foco del
descontento es el mismo y estamos juntxs en la lucha.
Todo comenzó con el precio del pasaje.
Ahora lo que quedó es el PASAJE como metáfora entre dos realidades. Vamos a unir
los sueños con la realidad. Brasil somos nosotrxs. Estamos haciendo camino al
andar, hoy somos el sujeto de la historia. El jueves 20 de junio fuimos un millón
de personas en las calles de todo Brasil!!!
Ir a las manifestaciones y vivenciar en el cuerpo la sensación de que
podemos, eso, ya está cambiando a las personas y también genera mucho miedo en
otras. Ayer ya no es hoy. Entonces, no queremos Fuera Dilma, no queremos un
golpe de Estado, calma gente que asiste a las manifestaciones por la TV, lo que queremos es
demostrar que estamos vivxs y en desacuerdo con las alianzas. Queremos cambiar
esta realidad, y tenemos la FUERZA para eso.
Porto Alegre, domingo 23 de junio
[i] Brasil sigue pasando por el
momento de “mi hijo el doctor”, el 57% de lxs estudiantes quiere seguir
medicina, que con vagas tan limitadas,
el ingreso es muy difícil, lo que implica a veces en años de intentarlo pagando
cursos caros y muy caros de preparación.